quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Como me tornei Camilla Garbine relato veridico

Olha fofuxos e fofuxas da titia que legal , uma amiga vistou o blog e pediu que eu escrevesse contatando a minha história não é demais?
Bem para quem me acompanha e me conhece então segue um pouco de mim abreviarei o Maximo possível para não tornar isto aqui um drama, afinal nem tudo são flores na vida da gente não e?.
Bem indo então ao assunto:
Nasci em Curitiba , aos 25 de maio de 1976, sob o nome (fictício) de Juan Albanês.
Sim sou filha de pai espanhol e mãe brasileira.
Sendo o primeiro filho varão do matrimonio de meus pais (meu pai já tinha tido quatro filhos , sendo três meninos e uma menina), e casado com minha mãe já tinham minhas três irmãs mais velhas, Sarah, Verônica e Izabella.
Fui durante muitos anos a realização encarnada de meu pai, o filho homem que ele tanto queria com minha mãe.
Meus pais ele mecânico ela metalúrgica, viviam um casamento conturbado cheio de brigas, a maioria delas por meu pai ser boêmio e mulherengo, e minha mãe uma bomba atômica de ciúmes, (também pudera embora minha mãe fosse linda meu pai era o que chamo hoje de homem dos sonhos: bonito, com grana, educado divertido e galanteador).
Desde que me lembro dos 04 anos de idade, por ser o único menino da casa minha mãe não permitia que fossemos a casa de vizinhos e não gostava que ficássemos na rua ou mesmo na casa dos outros, fui criada assim sendo muito reservada e cobrada desde de cedo a ter responsabilidade.
Como não podia brincar com os meninos da escola, nem vizinhos era obrigada então a brincar com minhas irmãs , mas eu nunca aceitei ser o choffer, o mordomo ou o que quer que fosse de serviçal como elas queriam nas brincadeiras eu queria ser a irmã a tia a prima enfim queria ser igual a elas, pois acreditem era confundida com uma menina devido a meus cabelos castanhos encaracolados sempre mantidos na altura do queixo.
Nas brincadeiras eu era a boneca delas, me vestiam me pintavam e me faziam desfilar, isso pra mim era o Maximo, sentia-me com 4/5 anos como a verdadeira Naomi Campbell.
Fomos crescendo, eu não entendia o pq sempre tive a atração por homens geralmente mais velhos, era então com 07 anos apaixonada por um vizinho de meus padrinhos um homem de seus 28/30 anos lindo eu já desde de muito novinha adorava um coroa (rs), pois pra mim ele o era.
Morria de medo de tudo era uma medrosa, mas quando me via sozinha afinal de contas minha mãe sempre trabalhou fora, eu corria pra frente do espelho me vestia me penteava e me maquiava ficando ali me admirando sentindo como se fosse a garota mais linda do mundo.
Acreditem eu assim me sentia, porém  nunca mas nunca mesmo, tinha a coragem de me entregar a homem nenhum a não ser nos meus mais íntimos devaneios de menina.
Minha adolescência foi algo cheio de traumas e uma paixão platônica, eu tinha um corpo de menina quadril largo, coxas grossas cintura fina, cabelos na altura do quadril e a voz fina a qual nunca engrossou, ate hj e um tabu pra mim pois muitos não acreditam estar falando com uma cd ao telefone.
Fui vitima de todo tipo de preconceitos ate mesmo dentro de casa, era humilhada chamada de veado, mas ate então eu nem sequer sabia direito o que ocorria comigo.
Sim, eu sabia que era diferente mas não sabia que era homossexual.
Eu era sozinha não tinha com quem conversar, gente era triste!!!!!!!!!!!!.
Muitas vezes sozinha, ouvindo Air Suply eu chorava sozinha, imaginando o dia que sairia do Brasil e enfim seria feliz.
Demorei anos pra saber que não adiantaria sair do Brasil pois aonde quer que eu fosse eu teria a mesma bagagem e o mesmo vazio dentro de mim, mas como fazer para colocar para fora de mim uma parte que era maior que eu ?, algo que era a minha real essência?.
Tornei-me evangélico!, na igreja sem que ninguém soubesse Deus tiraria Satã de dentro de mim, me purificaria.
Acreditem se quiser sim eu fui parar na igreja evangélica e por sete longos anos eu fiquei ali se ao menos pensasse em chegar perto de uma lingerie eu saia imediatamente de perto e me colocava de joelhos pedindo perdão a Deus por ter pecado.
Ao invés de ter uma solução eu criei pra mim mais um problema, pois estava a beira da loucura.
Tinha eu meus dezessete anos, cabelinho agora cortado de acordo com um servo de Deus, andando de camisa e calça social, e mesmo assim o preconceito me  perseguia.
Nem dentro da igreja o povo parava de me tachar de veado, bicha , delicado como diziam pra não falar da maneira vulgo grosseira.
Eu sinceramente não entendia como eu poderia ir alem, tentei o suicídio, três vezes.
Quando voltei do hospital a ultima vez, decidiram me mandar passar um tempo na casa de meus tios aqui em Curitiba Pr.
Ai começava mais um período de tortura psicológica, trabalhos forçados e humilhações, porem vinha com ele a minha libertação e eu como uma fênix renascia das cinzas, amados eu digo isso com convicção, pois eu renasci ao me tornar quem sou hoje!.
Meus tios tinham três filhas duas delas na idade de pré adolescência, as quais eram tratadas como bebês, e eu sendo mais velha era obrigada a lavar, passar, cozinhar, e ainda ouvia quando reclamava de que algo não me agradava de que eu não estava na minha casa...
Começaram então a me cobrar que eu tinha de trabalhar,claro que era o que eu mais queria afinal quando menos tempo eu ficasse em casa menor seriam as humilhações que eu passaria.
Consegui um emprego, afinal minha formação era no magistério, peguei uma turma de uma empresa local onde ainda se aplicava o mobral devido a muitos dos funcionários serem analfabetos.
Eu lecionava das 07:30 da manhã até as 21:00horas diariamente ate mesmo nos fins de semana, pois alguns alunos só podiam freqüentar as aulas nesse período.
Chegava em casa muitas vezes exausta, e ouvia o marido da minha tia com sua arrogância dizendo que tinha de ser feito isso, ou ser feito aquilo que a casa estava uma bagunça e lá  ia  a escrava arrumar casa (uma casa enorme), até a cama de minhas primas eu tinha de arrumar quando eu chegava em casa só faltavam me pedir para contar estórias, para elas ate adormecerem.
Aquilo me deixava mais dow do que quando era tachada de veado na rua que morava e cresci.
Passei toda essa humilhação ate completar meus vinte e um anos a maioridade veio para mim trazendo o poder de dizer sou maior vacinada dona do meu nariz e ninguém mais manda em mim!.
Mudei de emprego, e conheci um grupo de militância, onde tive a chance de ser eu mesma, lutar pelos meus ideais e enfim me transformar por completo.
Saí da casa dos meus tios, aluguei um apartamento comecei do zero.
Comecei a andar transformada ate para ir ao supermercado, não queria nem saber eram duas da tarde eu na rua 15 de novembro dando close montada e ai de quem olhasse torto
Pra mim eu já fazia escândalo no meio da rua e pronto estava então me tornando uma pessoa que não era eu, no fundo so queria mesmo um alguém que me amasse e me aceitasse como eu era por dentro.
Tragicamente lógico que ninguém iria querer ter alguém tão barraqueira ao lado.
Viajava montada, saia a noite montada, enfim eu ate mesmo dormia de camisola e peruca, eu era então Izabella Plata. (mais ridículo que isso não existia), ainda não era eu de verdade, mas aprendi na rua que o grito teria de existir ou ninguém me respeitaria.Tive claro minhas decepções confiando em pessoas erradas e alguns anos depois tive de voltar para São Paulo, onde vivia minha mãe meu pai já tinha então falecido.
De novo com o gosto da liberdade, pude ter minha independência so que agora eu sabia quem eu era quais eram minhas limitações, ate onde eu poderia chegar.  
Foi quando conheci meu primeiro marido.
Sim ninguém ate então sabia mas Garbine e o sobre nome de meu primeiro marido o qual  ajudou a me auto conhecer.
A ser quem sou, a ser mais tolerante, e me descobrir de verdade.
Fazem já 18 anos que renasci como Camilla Garbine , uma crossdresser ciente de suas limitações que tenta ser o melhor possível a todos.
Os relacionamentos não duram para sempre mas minha amizade com Julio Cezar Lima Guerra Garbine e eterna.
Obrigada a todos vocês que me conhecem e me fornecem o amor tão gostoso de sentir, obrigada Julinho por todos os anos que fomos cúmplices e pela amizade linda que mantemos ate hoje.

4 comentários:

  1. Oi, querida.
    Queria dividir com vc e outas meninas meus relatos. Fiz o site pra dividir com outras meninas as lembranças de minhas experiencias como crossdresser. Se gostar, deixa um comentário.

    http://aninhacdsafadinha.wixsite.com/aninhacd

    Beijinhos

    Aninha cd safadinha

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Adorei sua história, vc é de fibra, te desejo felicidades.
    Eu estou iniciando a minha vida de cdzinha, estou encontrando muitas dificuldades, claro, são diferentes das suas, quero muito estar feminina, tenho dificuldades para comprar minhas roupas femininas e peruca, pois não sei onde guardar. Quero receber amizades de CDs para compartilhar ideias, opiniões e sugestões. Aguardo vocês amigas. fernanda.cd.48@gmail.com

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  4. Tenho vontade de sair montada na rua.Só de imaginar meu pinto ficou duro e meu cu piscou dentro da calcinha.Vou enfiar meus consolos no meu cu e gozar gostoso melando a calcinha
    cdbaixinha@gmail.com

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